CONTRIBUTO DOS AGRICULTORES PARA MINORAR AS TENDÊNCIAS INFLACIONISTAS
Em vez de as matérias primas e os produtos necessários estarem acessíveis e ao alcance de todos nós, alguns começam a faltar e outros são transacionados a preços especulativos. Se a mundialização, as novas tecnologias e o esbater de fronteiras ideológicas ou terrestres, bem como os direitos e deveres universalmente reconhe
Primavera a chegar com as Amendoeiras em Flor
Face ao que os órgãos de comunicação social divulgam e também ao que podemos comprovar diariamente, não há dúvida que por esta ou por aquela razão o custo de vida, com realce para os preços da energia, matérias primas e cabaz de compras, são cada vez mais caros. Acontecerá assim em todo o mundo por causa da pandemia e das consequências da guerra Russo/Ucraniana ou porque os nossos dirigentes não exercem condignamente as funções que lhes incumbem? Se dos malefícios, mortes e destroços provocados pelo troar dos canhões e o sibilar dos mísseis não ¬podem advir proveitos para ninguém e muito menos para os apaniguados de Putim, que benefícios poderão tirar os cidadãos das restrições e medidas económicas impostas à Euro-Ásia e ao Mundo, anulando ou contrariando drasticamente o percurso que deveriam seguir as trocas comerciais?cidos e partilhados, são valores a defender e preservar por todos nós, porque é que os sinais dos tempos e as circunstâncias atuais pontuam em sentido contrário? Com resultados tão surpreendentes e benéficos conseguidos pelos cientistas e técnicos na luta contra o famigerado vírus Covid-19, como entender esta guerra desumana cujo termo ainda imprevisível acarreta resultados tão destruidores e nefastos para a Humanidade?
Politólogos, economicistas, comentadores, jornalistas e afins, estejam eles do lado de quem exerce o poder pela via democrática ou ditatorial, quando opinam acerca dos acontecimentos atuais, cada um procura vender o seu peixe e puxar a brasa para a melhor sardinha, de acordo com as conveniências e princípios que defende. E assim vai afirmando a sua auto estima e o amor próprio para ser reconhecido, porque não há nada que mais agrade a quem escreve, conversa, negoceia ou discute que persuadir e convencer o interlocutor a cativar. Tudo bem, quando os valores a proteger e os objetivos a atingir são admitidos pelo outro e contribuem para o bem estar da comunidade. Mas se da tese ou hipótese em equação, advierem perigos e resultados funestos, não será preferível ceder um pouco, refletir nas consequências e pôr termo ao diferendo, sem entrar em guerra? Para mim, quem tiver esse gesto e bom senso, merece e bem cantar vitória. Não foi este o sentir do povo ao proclamar a Ucrânia vencedora no último Festival Europeu da Canção?
Tendo em conta a realidade da compra/venda, deve/haver, empresário/trabalhador, produtor/consumidor, como deveriam comportar-se os preços das matérias primas, dos bens de consumo e dos produtos indispensáveis à satisfação das necessidades primárias, de modo a não variarem sem contraponto nem medida? Se quem trabalha e dispõe de salário adequado deve ter o bastante para viver com dignidade, o reformado, o agricultor, o artista bem como todo trabalhador independente também merecem usufruir de condições de vida inerentes ao estatuto sócio profissional que mantêm e desejam prosseguir. Quem vive do campo e ocupa o seu dia a dia no ambiente calmo e tranquilo da sua aldeia ou vila do Interior, onde pode dispor de alguns terrenos, talvez não experimente nem sofra esta subida desenfreada dos preços especulativos. Mas se for ao supermercado ou à mercearia fazer compras de hortaliças, fruta, legumes… que acontece? Ao ver os preços afixados, como consumidor que também é, não preferiria ser ele próprio a produzir grande parte desses bens, como faziam os nossos avós? E que avaliação fará das mais valias obtidas com a venda dos excedentes produzidos se obtiver a justa recompensa do seu trabalho? Em contrapartida, que atitude toma o pequeno agricultor quando vê bens iguais aos colhidos nas suas hortas e courelas escassearem nos mercados ou serem vendidos por somas exorbitantes quando muito do que produz fica a apodrecer nos campos ou não tem saída por falta de compradores? Deixa pura e simplesmente de produzir ou emigra porque ninguém ousa sacrificar-se, trabalhando o campo simplesmente para aquecer. E assim as terras ficam de pousio e ao abandono, as aldeias despovoam-se e os países, empobrecendo, vêem a economia a definhar.
Ora bem, se a realidade parece ser esta, não deveriam os governos e as entidades responsáveis equacionar bem os temas da inflação e produtividade, propondo medidas e objetivos sustentáveis, concedendo benefícios e incentivos a quem merece – sem esquecer os agricultores – para que as nossas aldeias se desenvolvam e não fiquem cada vez mais desertas? Se as pessoas residentes nas cidades migrarem temporariamente para as aldeias porque nelas têm a sua casa, montam o seu negócio ou fazem pela vida, comprando ou facilitando o emparcelamento de terenos que viabilizem novas explorações agrícolas, é bem provável que surjam sociedades agroindustriais, cooperativas, empresas prestadoras de serviços ou outras, capazes de mitigar e resolver as assimetrias e desigualdades existentes, aproximando assim e cada vez mais quem vive nos centros urbanos do Litoral e no Interior do País e porque não os que mourejam e lutam desde o Cabo da Roca aos confins orientais da Europa!
É esta paisagem deslumbrante das amendoeiras em flor que eu admiro quando em fevereiro de cada ano vou passar uns dias a Midões, onde recordo também memórias dos tempos vividos no Casal da Eira
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